18/01/2014

Coentro como afrodisíaco

"A palavra coentro é originária do grego “koris” que significa “cheiro de percevejo” pois, para muitos, as
folhas e frutos exalam um odor bem desagradável enquanto a planta não amadurece por completo, lembrando o cheiro daquele inseto.


Para os povos antigos da China e do Egito, a erva tinha poderes mágicos: suas sementes guardavam o “segredo da imortalidade” e, por isso, eram colocadas nos túmulos dos nobres egípcios para ajudar a alma a encontrar seu “caminho eterno”. O outro lado mágico do coentro está ligado ao amor: para os árabes, as sementes possuíam um poderoso efeito afrodisíaco, capaz de despertar violentas paixões. Uma receita de vinho tinto com sementes de coentro chegou a ganhar fama de verdadeira “poção do amor”.

O coentro (Coriandrum sativum) é uma erva utilizada desde tempos remotos. Para se ter uma ideia, a planta é citada no Velho Testamento, pois era usada junto com o vinagre para conservar carnes. Além de condimento, o coentro era utilizado como medicinal – o próprio “pai da medicina”, o grego Hipócrates, deixou registrado seu uso como medicamento, pelas propriedades antiespasmódicas e digestivas.

Na medicina antiga, o coentro era visto de forma muito contraditória: enquanto para uns tratava-se de uma planta muito venenosa, para outros, era um potente remédio capaz de curar males como epilepsia e até acalmar as dores do parto. Alguns afirmavam que o coentro era um poderoso estimulante e afrodisíaco, mas outros defendiam que, na verdade, era um ótimo calmante. Mas uma coisa é certa: esta planta não era nem um pouco ignorada.

Existem registros que comprovam seu uso de formas até difíceis de acreditar. Na Suécia, por exemplo, lá no
passado, o coentro era utilizado junto com outros ingredientes na preparação de um impressionante tônico chamado “aqua hiruninum” ou “água de andorinha”. Vejam só que o que compunha este tônico: lírio-do-vale, peônia, baga de sabugueiro, tília, coentro, noz-moscada, cubeba e visgo, tudo destilado junto com 24 filhotes de andorinha vivos! Essa asquerosa mistura também era recomendada como medicamento para combater inflamações da garganta. O costume persistiu até por volta de 1757 quando, finalmente, uma lei oficial do governo sueco eliminou o “medicamento” da farmacopéia.

Cultivo

O coentro é uma planta herbácea da família das Umbelíferas, cuja altura média varia de 25 a 60 cm. As folhas são de cor verde brilhante, alternadas e fendidas nas bordas. Na base da planta, as folhas são muito parecidas com as da salsa e no alto, lembram mais as folhas do funcho. A floração ocorre entre a primavera e o verão, quando surgem as flores pequenas, brancas ou róseas, e delas se formam os frutos redondos, com cerca de 1,5 a 5 mm de diâmetro. A raiz do coentro é cônica, perpendicular, fibrosa e pode ser consumida na alimentação depois de cozida.

Conhecido como um dos melhores do mundo, o fruto do coentro pequeno da Rússia mede apenas 1,5 a 2,5 mm de diâmetro e possui um teor de óleo essencial entre 0,8 a 1%.

A planta se propaga por meio de sementes – plantadas de preferência no final da primavera - ou por divisão de touceiras e, neste caso, pode ser plantado o ano inteiro. Seu cultivo pode ser feito em vasos ou jardineiras, desde recebam sol pleno. A planta produz melhor em solos ricos em matéria orgânica, bem soltos e drenados, não sendo recomendado o plantio em solo muito úmido e ácido. Tolera bem tanto o calor como o frio, bem como curtos períodos de seca – o ideal é regar a planta sempre que o solo se mostrar seco. Embora rústico, o coentro não consegue competir com ervas daninhas, sendo sempre importante eliminá-las para obter sucesso no cultivo.
A colheita pode ser feita cerca de 50 a 60 dias após a semeadura. No caso dos frutos, após colhidos, devem ser colocados para secar ao sol.

Usos e Magia

As partes mais usadas da planta são as folhas, talos e frutos maduros (vulgarmente chamados de sementes). O aroma acentuado e característico do coentro concentra-se em suas folhas verdes e frescas, que devem ser conservadas sob refrigeração para maior durabilidade. À medida que a planta seca, o odor acentuado vai desaparecendo, de forma que folhas e frutos se tornam suavemente perfumados.

O uso do coentro na culinária é bastante difundido. No Brasil, a erva entra no preparo de inúmeros pratos típicos (como a galinha de cabidela), especialmente aqueles à base de peixe. Na França, é usado para acompanhar vegetais brancos, como a couve-flor e o aipo. Na Alemanha, é adicionado na massa de pães e bolos, da mesma forma que o cominho.

A aplicação do coentro na medicina caseira explora bem a essência da planta que concentra diversas substâncias com propriedades estimulantes das funções digestivas, além de diuréticas e antiespasmódicas.

Já o óleo essencial da planta, aquecido levemente, costuma ser usado em massagens nas articulações, com a mesma finalidade.
Na Antigüidade, existia uma receita muito especial, preparada com as sementes ou frutos do coentro: reduzidos a pó, eram misturados com almíscar, açafrão e incenso. O resultado era uma poção considerada muito eficaz nas práticas de magia sexual.

Quanto à “poção do amor”, citada no início deste texto, nada garante que seus efeitos sejam verdadeiros, mas, segundo consta a receita manda aquecer um bom vinho tinto com um punhado de sementes de coentro. Dizem que é tiro e queda..."


Texto:  www.jardimdeflores.com.br

3 comentários:

  1. wuau tanta coisa nao sabia nem metade hehe rsrs adoro esta erva em peixe da um gosto mt bom mas agora vou mesmo que fazer atençao rsrs bravo pelo teu texo bjs bd

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  2. Bom dia Áurea,
    Texto deveras interessante com muitas informações úteis e curiosidades.
    Beijo, boa semana,
    Vânia

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